18 dezembro 2006

E como os pastores...

Humedecidas as pastagens do deserto, revestem-se de alegria as colinas.Os prados são cobertos de rebanhos, e os vales se enchem de trigais. Só há júbilo e cantos de alegria.

Assim canta o salmo 64.Assim sentiam os pastores quando mal refeitos da presença da glória de Deus,se lançam em busca do Messias
.
-Vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu,o que o Senhor nos deu a conhecer-.Apressadamente e sem hesitações,no meio da noite,inteiramente disponíveis,foram ao encontro do recém-nascido,envolto em faixas,o anunciado Salvador,Cristo Senhor.

Eram simples e abertos os corações dos pastores tornando-os depositários privilegiados da primeira comunicação da grande alegria.O nascimento,longamente esperado,acontecera.

E pelo caminho,haviam de ter comentado o cumprimento das profecias de Malaquias e de Isaías:-Belém,tu a mais pequena das cidades de Judá ,te hás-de tornar a mais conhecida-.Na pequenina cidade da Judeia,na terra de David-um menino nasceu para nós e um filho nos foi dado de nome EMANUEL- ou seja Deus connosco.Ele,o desarmado recém nascido,era o – ADONAI ,o Poderoso,o Admirável,o Pai do século futuro,o Princípe da Paz-.

O dia havia despontado róseamente claro quando também nos fizemos ao caminho de Belém,percorrendo as encostas onde o louro e jovem David guardava os rebanhos de seu pai,até ser ungido rei de Israel ou atrevessando os campos de trigo ,em que a sua bisavó Ruth,viúva e pobre,recolhia as espigas deixadas pelos ceifeiros e com elas,parcamente,se alimentava.

O aglomerado mimoso de casas não muito altas,aninhado na planície,surgia finalmente e o nosso coração acelerava as suas batidas,coração que se queria sincero e despojado,como o dos pastores,para que também a grande alegria nos fosse comunicada.

Pertencendo o Menino à estirpe de David,os pastores chegados a Belé,terão certamente procurado o Menino na casa da família de José,seu descendente,que acolhia os membros que obedecendo á ordem de recenseamento se dirigiam à cidade natal da sua ascendência.
Mas grandes que eram as famílias de então lotaram a casa de José e as hospedarias do local e o Senhor do Universo nasceu como o mais desfavorecido dos filhos dos homens na pequena gruta que a manjedoura indiciava ser destinada à recolha dos animais.

Em cima da pequena gruta em que viu a luz o Autor da Vida lutas e guerras sobre guerras,semeando a morte,por vezes até entre cristãos, se sucederam e fizeram erguer forte igreja fortificada ,cujo amuralhado defensivo constitui sinal de contradição.

Vencida essa primeira impressão dolorosa e descidas as estreitas escadas podemos finalmente ajoelhar e beijar a estrela polida pelos multiseculares beijos dos peregrinos e que assinala,brilhando,o lugar do nascimento de Cristo.

Aí,os pastores ao encontrarem Maria,José e o recém-nascido,deitado na manjedoura,contaram o que lhes fora dito acerca daquele Menino e todos os que os ouviram ficavam maravilhados com aquelas palavras.

Maravilhados,também,nós os peregrinos,escutámos,como se fosse a primeira vez ,os relatos evangélicos sobre “todos esses acontecimentos.”Como a Mãe de Jesus,queríamos guarda-los “cuidadosamente”,sabendo que é preciso fazer silêncio para que se tornem produtivos,nos nossos corações.

E como os pastores louvamos e glorificamos a Deus,pela sua incomparável dádiva.

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