07 novembro 2006

a face mais escondida...



Um dia os discípulos,homens rudes feitos ao trabalho pesado,mas de coração simples e aberto,habituados a orar a Deus como um ser distante e tão poderoso,que não admitia intimidades,admiraram-se de ver Jesus a orar de uma forma diferente da que faziam no templo.


Uma entrega,uma concentração,como se uma necessidade imperiosa O levasse a um dialogo intenso,pessoal e intímo, com Deus. E quando Jesus ,depois de ter orado,voltou para o meio deles ,um deles não resistiu a pedir-Lhe:"Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". (Lc 11,1)

E Jesus inicia a oração, ensinando-nos que Deus é o nosso Pai.Jesus coloca-nos,assim, na dimensão comunitária da oração,como membros da família de Deus.Os cristãos têm que reflectir, entre eles, a comunhão por excelência,que é a comunhão Trinitária,orando reunidos ao Pai,na mediação de Cristo,com a assistência do Espírito Santo,dado que somos balbuciantes aprendizes da oração.

Escreveu o saudoso Papa João Paulo II : A comunhão dos cristãos tem por modelo, fonte e meta, a própria comunhão do Filho com o Pai, no dom do Espírito Santo: unidos no vínculo amoroso do Espírito, os cristãos estão unidos ao Pai– João Paulo II (in iChristifideles Laici).O aprofundamento da nossa intimidade com Deus,não nos isola e não nos separa dos outros cristãos,antes pelo contrário,move-nos,à oração em comum ,para nos entregarmos,nós, a Igreja de Cristo, à comunhão com Deus,na Sua amorosa Presença.

Dai-nos,Senhor,um coração que comungue,para que com os outros irmãos e irmãs,progressivamente possamos compreender, o nosso ser profundo,a face mais escondida de nós mesmos,aquela onde Deus escolheu habitar desde todo o sempre e que aí entendamos o preço que temos para Deus, nosso Pai e que entendendo sejamos, cada dia mais, instrumentos da Sua paz,do Seu amor,do seu perdão !

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